É normal dar-se como período de juventude o espaço
compreendido entre os 14 e os 20 anos. Digo normal porque é o tempo em que se
deixa de ser criança para se começar a ter responsabilidades dos seus actos,
verificar quais as suas possibilidades, a realidade em que vivemos…
Como nos animais irracionais, que começam a deixar os
progenitores para seguirem sozinhos o seu destino, o ser humano tem neste período
a sua formação e preparação para a vida futura.
Quando bem acompanhados e auxiliados pelos pais, podem
adquirir as bases com a resistência necessária para o seu rumo na vida.
Mesmo com todas estas possibilidades, nem todos
os jovens seguem o caminho mais correcto, transportando-os para uma formação de
falhas e inutilidades que marcam toda a sua existência.
Talvez porque não têm a força necessária, a ambição de
serem os lutadores a que a vida nos obriga, por langor ou passividade própria.
Este período marcou em mim um tempo de vitórias e
frustrações. Não tive oportunidades de estudar quando o vazio de tempo, após o
trabalho na fábrica, não tinha preenchimento de qualquer utilidade, não podia
acompanhar com todos os rapazes porque me apresentava como pobre envergonhado,
não pertencia à classe de famílias que tinham organização de vida…
Quando isto acontece a quem deseja ser “normal” ainda
que pobre, há uma vontade crescente de lutar contra todas as adversidades e, na
primeira oportunidade inicia-se a luta.
A minha ida para o serviço militar deu-me a
independência e com ela o início da minha transformação. Iniciei muito do que
ambicionava e fugi da “vergonha” que me perseguia desde a minha infância.
A.R. 25.02.2012
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