Memórias

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segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Meus anos de "juventude".

É normal dar-se como período de juventude o espaço compreendido entre os 14 e os 20 anos. Digo normal porque é o tempo em que se deixa de ser criança para se começar a ter responsabilidades dos seus actos, verificar quais as suas possibilidades, a realidade em que vivemos…

Como nos animais irracionais, que começam a deixar os progenitores para seguirem sozinhos o seu destino, o ser humano tem neste período a sua formação e preparação para a vida futura.
Quando bem acompanhados e auxiliados pelos pais, podem adquirir as bases com a resistência necessária para o seu rumo na vida.
 Mesmo com todas estas possibilidades, nem todos os jovens seguem o caminho mais correcto, transportando-os para uma formação de falhas e inutilidades que marcam toda a sua existência.
Talvez porque não têm a força necessária, a ambição de serem os lutadores a que a vida nos obriga, por langor ou passividade própria.

Este período marcou em mim um tempo de vitórias e frustrações. Não tive oportunidades de estudar quando o vazio de tempo, após o trabalho na fábrica, não tinha preenchimento de qualquer utilidade, não podia acompanhar com todos os rapazes porque me apresentava como pobre envergonhado, não pertencia à classe de famílias que tinham organização de vida…
Quando isto acontece a quem deseja ser “normal” ainda que pobre, há uma vontade crescente de lutar contra todas as adversidades e, na primeira oportunidade inicia-se a luta.
A minha ida para o serviço militar deu-me a independência e com ela o início da minha transformação. Iniciei muito do que ambicionava e fugi da “vergonha” que me perseguia desde a minha infância.

A.R. 25.02.2012



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