Memórias

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sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Recordar a vida militar (parte 1)

 É possível que ainda hoje, os jovens de 15…18 anos tenham um desejo que me perseguia quando eu tinha estas idades: “demora a chegar a minha maior idade para ser independente”.
Maior de idade naquele tempo, anos 50, era aos 21 anos e actualmente é aos 18 anos.

Contudo, naquela época, tínhamos condições para ficar independentes aos 21 anos. Os jovens de hoje com 18 anos ainda “são crianças” completamente dependentes dos pais e, a sua independência só é conseguida a partir dos 25.

Mas…será que os jovens de hoje têm mais dificuldade em chegar á idade adulta?
Não é o caso. Os idosos de hoje é que tiveram épocas diferentes da actual.

A maioria frequentava a escola 3ou 4 anos, começava a trabalhar, cumpria o serviço militar e fazia a sua independência através do casamento. Alcançavam a 1ª parte dos seus desejos, dando início a outros, se houvesse vontade de lutar por um bem-estar de vida que não tinham tido e se a queriam vir a alcançar.

Os jovens de hoje andam na escola até aos 18 anos e, ou “procuram” iniciar a vida laboral, ou continuam os estudos para uma preparação de vida com mais condições.
De uma forma ou de outra enfrentam embaraços: não é fácil obter colocação no “mundo” do trabalho e não têm vivido com as condições de vida que existia nos anos 50. Não têm obrigação de fazer o serviço militar e são mais protegidos pelos pais.

Quando me apresentei para cumprir o serviço militar (27 de Julho de 1963 na Serra da Carregueira) sabia que “era maior de idade” e, que em relação aos meus pais, era independente para accionar os meus desejos. Porém continuava dependente das vontades e ordens de outros; as forças armadas, que me iriam utilizar por meses ou anos ao seu serviço.

A vida no “mundo” militar tinha regras que não eram aceites por todos. Os mais rebeldes e desobedientes tinham tratamentos que não eram conhecidos ou observados no exterior dos quartéis, mas que serviam de exemplos, para o bom comportamento obrigatório dos restantes.


Comecei, com estas observações, a tomar alguns cuidados na minha conduta. Não iria ser diferente na vida militar daquilo que tinha sido até ali; educado, obediente e respeitador do superior e do companheiro. Servi o meu tempo de militar sem penalizações (advertências, castigos ou outros) e aprendi a ver e pensar com outras “distâncias” que até ali não alcançava. (continua)…

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