Após a minha 1ª parte, do serviço que teria
de cumprir (tirar a recruta em gíria militar) fui colocado na EPSM em Sacavém,
bem pertinho de casa para poder estar, além da família, com a namorada.
Não foi fácil a permanência neste quartel. A
disciplina era rigorosa, os estudos para a especialidade que tinha de tirar,
obrigava a uma disciplina e método de estudo pessoal que eu não tinha. Obter os
resultados necessários, evitou a retenção no quartel que, era o “prato” forte
para quem tinha notas negativas nas provas escritas.
Se o meu tempo de “jovem e adolescente”, tinha
fornecido um amadurecimento ao mancebo que tentava ser um militar respeitado, a
dureza por que estava a passar transportou-me para a fase adulta e mais
responsável. Olhando para traz, eu digo; ainda bem, porque tive ganhos a curto
prazo.
Decorridos quatro meses (de Setembro a meados de
Janeiro) conclui a “especialidade” e transitei para o RAL1, na Encarnação, para
acabar a escola de Cabos.
Não deu tempo para conhecer bem o quartel, dado que
fui logo mobilizado. Ser mobilizado era a condenação para uma partida que
poderia não ter regresso. Não só pelas doenças que se podiam contrair como pelo
desconhecimento com tudo o que íamos enfrentar. Luta armada, povos, dialectos,
locais, climas e acima de tudo o stress pela separação da família, amigos e
noiva ou esposa.
Tocou-me em sorte o RI16 em Évora, onde estava a
Companhia da qual eu iria fazer parte (C.Caç.621). Local distante para me
“desmamar” daqueles que eu tanto queria e que ficava privado de contactar.
Os locais de guerra eram Guiné, Angola e Moçambique.
Todos estes nomes faziam tremer até os mais valentes e desinteressados pelo que
lhes pudesse acontecer.
Outros locais menos temerosos (não havia luta armada)
eram, Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe, Macau e por último e mais distante,
Timor.
Foi para esta última província que me calhou em sorte.
Passei os últimos dois dias de Janeiro já em Évora,
com indicação que embarcaria a partir de 20 de Fevereiro, salvo se o barco que
estava em reparação não sofresse atrasos. (continua)…
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